domingo, 15 de novembro de 2009

-=- Banda ou Ministério de Música -=-

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Marcelo, meu irmão de comunidade (visitem o blog do marcelo), me fez refletir com a seguinte colocação: “o grande perigo para um ministério de música é que ele deixe de ser um ministério de música e passe a ser apenas uma banda”. De fato, Marcelo tem razão na sua colocação e isso acontecerá facilmente a qualquer ministério de música se os seus componentes deixarem de ser ministros para serem apenas músicos.

Com o termo apenas músicos, não estou querendo diminuir aqueles que investiram a vida no estudo da música e fizeram dela a sua profissão. Essas pessoas precisam ser valorizadas pois, em geral, são pessoas de grande sensibilidade e que não recebem do mundo o reconhecimento que merecem. Mas eles são profissionais da música e não ministros de música.

Um ministro de música, além de tocar bem, tem a função de ministrar a música. Ministrar, significa servir. Veja que interessante: quando se diz que alguém está ministrando a música, significa dizer que ele está servindo a música, o louvor de Deus, a adoração àqueles que desejam aproximar-se de Deus e sentir o seu amor. O ministro de música não precisa de reconhecimento do seu “público”, pois eles não estão ali somente para ouvir o ministério cantar e tocar, eles estão ali porque desejam se aproximar de Deus e você ministro, você ministra, foi escolhido e escolhida por Deus para servir a esse povo que precisa da sua música para entrar em sintonia com esse Deus.

A responsabilidade de um ministério de música é, então, muito maior do que a de uma banda musical. É preciso conduzir um povo sedento até o seu Deus e nesse caminho, o ministério de música precisa fazer com que esse povo tenha os olhos fixos no seu Deus. Se a música for apenas tocada e não ministrada, o povo poderá desviar os olhos de Deus e coloca-los no ministério, ficando no meio do caminho, perdendo-se em meio a gritos, palmas e frases vazias, ficando somente no “abra o coração, feche o coração”.

Isso não significa que um ministério de música não tenha que tocar bem. Embora o objetivo principal seja levar as pessoas para Deus, não podemos nos acomodar e fazer o nosso trabalho de forma medíocre. É preciso estudar e estudar pra valer o instrumento e a própria voz. A cada dia, a música católica tem buscado a profissionalização e já é possível hoje, graças a Deus, atrair o público mais exigente em termos de música. Também devido a isso, muitos músicos profissionais têm sido atraídos para tocar só para Deus, isso está exigindo cada vez mais empenho dos ministros no estudo musical.

Portanto, nem somente MINISTÉRIO, nem somente MÚSICA, o que precisamos é de MINISTÉRIO de MÚSICA. É claro que a tarefa não é fácil, como conciliar o pouco tempo disponível dos componentes, com oração, formação e ensaio? Foi exatamente a pergunta que fiz a Sallete Ferreira da Canção Nova. Ela me disse: “façam meia hora de adoração antes de cada ensaio”. É como se ela estivesse dizendo: “não pergunte a mim, pergunte a Jesus!” ou então “Não são vocês quem vão fazer, será Jesus em vocês!”.

Não estamos falando aqui de algo lógico, segundo os critérios humanos, estamos falando de algo sobrenatural, divino, inexplicável com palavras, mas que acontece de fato. Quantas vezes já fizemos shows, fomos a eventos e não tivemos tempo de ensaiar o suficiente e, ao entregarmos tudo a Deus, nos surpreendemos tocando super bem, com harmonia melhor do que tantas vezes que ensaiamos bem. Só pode ser coisa de Deus. Não tem outra explicação.

Porém, é preciso cuidado. Em Eclo 15,9 a Palavra de Deus nos diz que o louvor não é belo na boca do pecador. Portanto, um MINISTÉRIO DE MÚSICA precisa ser composto de adoradores, pessoas que lutam, com todas as forças, através da oração e entrega, contra o pecado e rejeitam as seduções do maligno, transmitindo através dos próprios lábios e dos instrumentos o que de fato vivem ou desejam viver no seu dia-a-dia.

Ninguém consegue servir a dois senhores, diz a Palavra. É preciso decidir-se radicalmente por Deus e levar uma vida de santidade e louvor a Ele, para que esse louvor do dia-a-dia transborde naturalmente nos encontros, shows e celebrações.


E aê galera !! esse foi um post retirado do Blog do Clayton !! quem quiser saber mais é só acessar !!! e fikem com Deus !!!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

-=- Ser Igreja - Origem -=-

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“A Igreja é um navio que navega ao sopro do Espírito Santo”. Sto Ambrósio


SER IGREJA

1.Conceito

Igreja designa o povo que Deus convoca e reúne de todos os confins da terra, para constituir a assembléia daqueles que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo.

Falando da Igreja disse Santo Ambrósio: “Ela é esse navio que navega bem neste mundo ao sopro do Espírito Santo com as velas da Cruz do Senhor plenamente desfraldadas” (CIC, 845).

Para nos mostrar toda a sua importância, o Catecismo da Igreja diz que ela é: “a reação de Deus ao caos provocado pelo pecado”(CIC,761). É o instrumento de Deus para destruir todo pecado e todo o mal e trazer toda a humanidade para Deus. A Igreja é a nossa Mãe; é através dela que renascemos para Deus, através do Batismo; por isso, deve ser conhecida, amada, respeitada, obedecida e defendida.

Só ela perdoa os nossos pecados. É ela, e, somente ela, que nos dá o Corpo e o Sangue do Senhor na Sagrada Eucaristia, para remédio e sustento de nossas forças. É ela que nos dá a efusão do Espírito Santo pela Crisma. É ela que transforma em sacramento e benção a nossa união conjugal; é ela, e somente ela, que nos dá os sacerdotes; é ela que, enfim, nos unge no leito da dor e da morte. É ela que nos levará ao céu; e é por ela que viveremos a eternidade em Deus. Ela é a Noiva do Cordeiro. Quem a rejeita, conscientemente, rejeita a própria salvação e o próprio Deus que a instituiu, diz o Catecismo: “Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente no seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem entrar nela, ou então perseverar ( LG 14)”, (CIC n.846). São João Roberts, uma das vítimas de Henrique VIII, após este se tornar o “Chefe” da Igreja na Inglaterra, antes de morrer na forca, pôde gritar para todos ouvirem, aquela frase que os Santos Padres repetiam nos primeiros séculos: “Fora da Igreja não há salvação” ( Um Santo Para Cada Dia, Ed. Paulinas, SP, 1983, pag 396) Cristo e a Igreja são uma só realidade. São Paulo diz: “Cristo é a Cabeça do Corpo que é a Igreja” (Cl 1,18).: “Vós sois o Corpo de Cristo e cada um, de sua parte é um dos seus membros” (1Cor 12,27).

2. Origem da Igreja

A Igreja encontra a sua origem e a sua realização plena no eterno desígnio de Deus. Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel, sinal da reunião futura de todas as nações. Fundada pelas palavras e ações de Jesus Cristo, foi realizada sobretudo mediante a sua morte redentora e a sua ressurreição. Foi depois manifestada como mistério de salvação mediante a efusão do Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Terá a sua realização plena no fim dos tempos, como assembléia celeste de todos os redimidos.

A missão da Igreja é a de anunciar e instaurar no meio de todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo. Ela é, na terra, o germe e o início deste Reino salvífico.
Cristo «é a Cabeça do corpo, que é a Igreja (Col 1,18). A Igreja vive d’Ele, n’Ele e para Ele. Cristo e a Igreja formam o «Cristo total» (S. Agostinho); «Cabeça e membros são, por assim dizer, uma só pessoa mística» (S. Tomás de Aquino).

Na Igreja, por instituição divina, existem os ministros sagrados que receberam o sacramento da Ordem e formam a hierarquia da Igreja. Os outros são chamados leigos. De uns e de outros, provêm fiéis, que se consagram de modo especial a Deus com a profissão dos conselhos evangélicos: castidade no celibato, pobreza e obediência.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

-=- A Arte e a Beleza -=-

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A Igreja, falando da criação do homem à imagem e semelhança de Deus, ensina que "as múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a bondade e a beleza) refletem a perfeição infinita de Deus" (Cat, 41). Portanto, Deus é Verdade, Bondade e Beleza!

Com efeito, ao contemplar a obra que acabara de criar, Deus viu que tudo era bom; viu também que tudo era belo. Segundo a versão grega da Bíblia dos Setenta. Bondade e beleza são faces de uma mesma moeda, segundo o Papa João Paulo II: "Em certo sentido, a beleza é a expressão visível do bem" (Carta aos Artistas, 3). Os artistas manifestam em suas obras, um pouco de sua personalidade, de sua visão de mundo... comunicam ao mundo um pouco de sua alma, de si mesmo. Deus, que na criação manifesta algo de si, contempla sua criação e a vê bela: Deus é Belo!

No curso da história, o Deus-Beleza tem sido cantado e proclamado constantemente. É bastante conhecida a confissão de Santo Agostinho: "Tarde vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova..."; São Francisco de Assis, no século XIII, após receber os estigmas, dizia a Jesus: "Vós sois beleza... Vós sois beleza"; Santa Teresa de Jesus, no século XVI, poetizava: "Formosura que excedeis a todas as formosuras..."

Nos últimos tempos, para usar as palavras do Papa, "a Igreja está especialmente interessada no diálogo com a arte" (Carta aos Artistas, 10), por reconhecer que a beleza de Deus é a porta que conduz o homem moderno a Ele. Num mundo secularizado, que relativiza a verdade e individualiza a bondade, a beleza é a via que, sutilmente, toca o coração do homem e o eleva às alturas. Os Bispos conciliares já explicavam essa realidade: "O mundo em que vivemos tem necessidade de beleza para não cair no desespero. A beleza, como a verdade, é o que traz alegria ao coração dos homens" (AAS 58 (1966),13).
João Paulo II diz ainda: "Para transmitir a mensagem que Cristo lhe confiou, a Igreja tem necessidade da arte" (12). E quantas vezes, no curso dos séculos, a Escritura se manifesta através das diversas expressões das artes: música, arquitetura, pintura, teatro, dança, literatura... As mais modernas formas: expressão gráfica, grafitismo, paisagismo, design, decoração, moda... também começam a dar seu contributo. E têm muito mais a fazer.

Sobre os artistas, o Papa escreve que eles são privilegiadíssimos, pois "na criação artística, mais do que em qualquer outra atividade, o homem revela-se como imagem de Deus (...) Com amorosa condescendência, o Artista divino transmite uma centelha da sua sabedoria transcendente ao artista humano, chamando-o a partilhar do seu poder criador (...) Por isso, quanto mais consciente está o artista do dom que possui, tanto mais se sente impelido a olhar para si mesmo e para a criação inteira com olhos capazes de contemplar e agradecer, elevando a Deus o seu hino de louvor" (Carta aos Artistas, 1).

É preciso dizer que nem todos são chamados à criação artística, mas todos os homens são chamados a viver a dimensão do belo, pois Deus é belo e espera de nós uma vida bela. A todos, e em especial aos que receberam o dom da arte, é preciso que se diga: a primeira verdadeira obra de arte que se deve fazer não é a escultura, a música, a poesia... mas a própria vida. A vida deve ser uma expressão de beleza, de verdade e de bondade.

A Pietà de Michelangelo
Chiara Lubich

"Madonna" bela de Michelangelo, estás naquela capela da basílica de São Pedro, e cada vez que te olho pareces mais bela. Passam-se dias, anos, séculos, e homens do mundo inteiro e de todas as épocas acorrem para te ver e tu deixas no espírito deles algo de sublime e suave. Dás a quem te admira uma sensação de felicidade: parece que tocas o âmago de toda alma humana, e este raio celeste, que parte de ti, atinge o centro imortal do homem, de todo homem, de ontem, de hoje, de sempre.Quando as tragédias do viver humano me entristecem, quando a televisão, com seus programas, me humaniza mas não me eleva, quando o jornal com as suas crônicas sempre iguais me deixa melancólica, quando a dor me atormenta a alma e o corpo, olho-te e me sinto aliviada.

Há em ti algo que não morre.

(...) Hoje, ao contemplar-te, "Madonna" bela, pensava: quão sublime e divino é o efeito de uma obra de arte. Testemunha a imortalidade da alma, porque se o objeto plasmado não morre, é arte justamente por ser imortal - isto é, não passa enquanto existir - quem te fez não pode morrer. Pareceu-me então que a arte se elevasse a alturas incalculáveis e a beleza fosse, assim como a verdade e a bondade, matéria-prima do reino celeste que nos espera, e tive a impressão de que, sem saber, os verdadeiros artistas têm uma missão apostólica.

(...) Em todo caso, basta que o artista plasme na obra a sua alma. E a alma do artista, ainda que seja ateu, é imortal.
A alma é imortal porque é "una". Por ser "una" não pode desfazer-se, dividir-se. E aqui está, acredito, a primeira causa da obra de arte.
Se o conteúdo da filosofia é a verdade, o conteúdo da arte é a beleza. E a beleza é harmonia, o que significa "altíssima unidade". Ora, quem saberá compor em harmonia as cores e os elementos de uma pintura senão a alma do artista, que é "una", à imagem de Deus que a criou?

É a alma humana, reflexo do céu, que o artista transfunde na obra, e nesta 'criação', fruto do seu gênio, o artista encontra uma segunda imortalidade: a primeira em si, como todo homem nascido nesta terra; a segunda nas suas obras, por meio das quais ele se doa à humanidade no decorrer dos séculos.

Talvez o artista seja quem mais se aproxima do santo. Porque se o santo é aquele prodígio que sabe dar Deus ao mundo, o artista, de um certo modo, doa a criatura mais bela da terra: a alma humana.

Foi isto que meditei diante de ti, "Madonna" bela de Michelangelo. E como a ti falei, a ti faço um pedido: olha os artistas, que te contemplam cada dia, com olhar materno, e sacia esta sede de beleza que o mundo sente. Manda grandes artistas, mas plasma com eles grandes almas, que, com o seu esplendor, encaminhem os homens ao mais belo dentre os filhos dos homens, o teu doce Jesus.

Escola de Formação Shalom