quinta-feira, 16 de julho de 2009

-=- Formação Liturgico-musical -=-

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A Equipe de Reflexão de Música da CNBB elaborou um texto de contribuição para as Diretrizes da Igreja do Brasil, refletindo sobre a urgente necessidade de formação litúrgico-musical, nos mais diversos níveis da atividade pastoral. Apresentamos algumas partes do texto para ampliar a reflexão e motivação, em vista de uma sólida formação para todos os que exercem o serviço do canto e música litúrgica em nossas comunidades.

Constata-se que a atividade mais freqüente em nossa Igreja, a mais visível e a que mais reúne gente é a Liturgia. Ao celebrar, o que mais se faz é cantar! Desta constatação percebe-se a importância do canto e da música na vida da Igreja e no testemunho dos cristãos. Pastores e comunidades precisam encarar com muita responsabilidade este serviço pastoral. Mas é importante compreender que a música, na Liturgia, não é mero acessório para embelezar, nem mero diversivo para quebrar a monotonia do rito. Ela é parte integrante e significativa da ação ritual (SC 12) e tem uma capacidade especial de atingir os corações, e, enquanto rito, uma grande eficácia pedagógica para levá-los a penetrar o Mistério celebrado. Para isso, necessita estar intimamente vinculada ao rito, ao momento celebrativo e ao tempo litúrgico, organicamente inserida no contexto da grande Tradição bíblico-litúrgica da Igreja, bem como, da vida e cultura da comunidade celebrante. Por isso, não se canta qualquer coisa, em qualquer tempo ou circunstância ou momento, com qualquer tipo de texto, melodia ou arranjo musical, valendo insistir na importância prioritária da Palavra, a serviço da qual se coloca a arte musical (cf. SC 121).

Pelo visto, é urgente atentar para a qualidade do nosso cantar litúrgico, para a importância dos vários ministérios litúrgico-musicais na vida das comunidades, e, mais que urgente, para a formação e capacitação das pessoas e equipes que os exercem. É preciso cuidar de um modo permanente da formação litúrgico-musical elementar das comunidades, a fim de garantir um cantar litúrgico autenticamente eclesial, belo, vibrante e significativo da riqueza insondável de Cristo (Ef 3,8). E já se pode imaginar o alento espiritual que uma tal experiência poderá trazer ao povo cristão, à vivência do discipulado e ao compromisso missionário, e as benéficas conseqüências para a vida da Igreja e da sociedade. E são várias as instâncias e níveis dessa necessidade de formação, desde as pessoas e equipes que exercem os ministérios litúrgico-musicais em suas comunidades, até aqueles e aquelas a quem cabe cuidar da formação continuada dos formadores.

Uma prioridade estratégica são os centros de formação, tanto das congregações e ordens religiosas, quanto do clero diocesano. Percebe-se uma grande lacuna na formação musical de nossos seminaristas. Basta atentar para as agendas dos futuros presbíteros, para a demanda de atividades celebrativas que os espera, para a importância da música nelas implicada, para a responsabilidade pastoral que isso deles exigirá, e perceber que a formação litúrgico-musical deve ser encarada como elemento essencial.

Urge, portanto, organizar a formação litúrgico-musical, com encontros periódicos de estudo, reflexão, articulação, aprofundamento e ensaio em todos os níveis:

- Em nível comunitário: Cantores e cantoras, instrumentistas, regentes, animadores e animadoras do canto na assembléia, equipes de celebração,...

- Em nível paroquial: Padres e equipe paroquial de Música Litúrgica,...

- Em nível diocesano: Bispo, equipe diocesana de Música Litúrgica, assessor (a) de Música Litúrgica,...

- Em nível regional: Bispo responsável, equipe regional de Música Litúrgica, assessor (a) de Música Litúrgica,...

- Em nível nacional: Comissão Episcopal de Pastoral Litúrgica, Equipe de Reflexão de Música Litúrgica, assessor de Música Litúrgica da CNBB.

- Seminários e casas de formação de congregações e ordens religiosas: seminaristas, aspirantes e demais formandos e formandas...

A qualidade do nosso cantar litúrgico depende de um bom investimento na formação de todos aqueles e aquelas que estão envolvidos no serviço litúrgico-musical de nossas comunidades.

1. Como está a formação litúrgico-musical em nossa comunidade?

2. O que devemos fazer para melhorar a formação litúrgico-musical?

Pe. José Carlos Sala

terça-feira, 7 de julho de 2009

-=- A Sensibilidade do artista: Como trabalhar a sua Humanidade -=-

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"Sua sensibilidade é um dom, nunca deve ser um fardo."

Falar de um artista que é sensível é algo bastante comum em se tratando da formação do artista. O artista é sensível, parece cada vez mais acertado tratar disso como um fato, mas o que significa essa sensibilidade?

Primeiramente significa falar que o artista é reativo. Hoje cada vez mais nós vemos a sociedade disseminar valores que levam o indivíduo a se desumanizar cada vez mais e, conseqüentemente, deixar de reagir com certas situações que lhe são propostas. Vemos pessoas morrendo e sofrendo ao nosso redor e parece que isso não nos afeta. È comum. Estamos nos acostumando a não nos importar mais com o outro e com o seu sofrimento. O artista sempre se importa. Seja com aquilo de mais negro que a humanidade oferece seja com os valores mais elevados do ser humano. O artista se importa e trata desses temas através da sua arte, pois para ele isso não é um assunto fora da moda. Muitas vezes por se importar o artista é tratado como excêntrico e esquisito porque sua linguagem não é, literalmente, desse mundo.

No caso da arte sacra a missão desse artista é justamente lembrar aos seus irmãos que o cristão não deve deixar de se importar ou permitir que a mentalidade secular o leve a se desumanizar. É interessante que sua oração deve ser sensível o suficiente para estar aberto a entender àqueles temas tão importantes que muitas vezes acabam sendo esquecidos, mesmo que isso pareça estranho. O artista não se esquece dessas coisas. Deus não o permite. Deus está sempre a falar o impelindo a fazer da sua arte o caminho e a ponte que une as pessoas com Deus. E isso começa com o próprio artista se unindo cada vez mais a Deus.

Se esse artista reage ao que se apresenta ao seu caminho isso significa que ele reage ao que é positivo e negativo. O artista ama, se alegra, fica eufórico, tem raiva, chora. Tudo que cada ser humano em geral sente o artista sente, e não necessariamente sente de forma diferente. Ele sente como todos os demais. A única diferença é que o artista possui uma linguagem diferenciada para expressar esses sentimentos. A sua linguagem é a sua arte. Ele precisa expressar isso pela sua arte, no sentido de não correr o risco de ser engolido pelos seus próprios sentimentos. O artista muitas vezes vai sentir que as palavras ou os gestos ordinários serão poucos para expressar o amor que ele sente, por exemplo, então só resta fazer uso da sua arte para conseguir expressar esse amor que pulsa dentro do seu interior suplicando para que a arte traduza isso.

A sensibilidade diferenciada do artista é vista no momento que ele se encontra imerso no seu processo de criação artística. Não devemos entender o artista como alguém que tem na arte a desculpa para ser uma pessoa de difícil convivência e que tudo que ele sente acontece de forma exagerada. A diferença do artista na sua convivência com os seus irmãos é tão somente a sua capacidade de perceber nessas relações o material necessário para abastecer a sua sempre contínua necessidade de produção artística. Esse é o dom e a responsabilidade que Deus confere a cada um dos seus artistas. Nunca cessar de fazer a arte! Não que ele se volte de forma desenfreada, sem refletir, fazendo sua arte apressadamente, sem o devido cuidado com a qualidade do que produz, afinal é através dessa qualidade que ele transborda o louvor para com o Criador.

Daí, temos que, para trabalharmos a humanidade desse artista é preciso que ele entenda que a sua produção artística nunca terá fim. Ele poderá ter momentos de recolhimento, retiros para que desses momentos de pausa possa retornar de forma mais ungida e mais profunda no seu apostolado artístico. O artista que não sabe reinventar a sua arte não está preparado para se adaptar às novas características da evangelização no contexto atual. Assim como cada ser humano vai crescendo e se desenvolvendo ao longo da sua vida a arte também precisa acompanhar esse processo natural na vida do artista. Outra coisa importante é sempre fomentar no artista o lançar-se na vida comunitária, pois esse campo tão desafiante é sua fonte primeira de inspiração e criatividade. O artista precisa conviver para nunca esquecer o Coração Humano de Deus enraizado no seio da humanidade. Deus permanece acreditando no gênero humano e o artista sacro deve também teimar nessa crença e usar da sua arte como aquela ferramenta especial que não desacredita na mudança do mundo.

Por fim, o último ponto, mas não menos importante que é preciso levar em conta no trabalho com o artista é levá-lo à cela do autoconhecimento, como tão bem falara Santa Catarina de Sena. E esse autoconhecimento nunca poderá ser alcançado fora do espaço da oração. È cultivando a oração e sempre regando-a que o artista irá encontrar dentro de si o espaço para sua criação artística e também as melhores formas de conviver com os seus irmãos. É na oração que o artista deve ser sensível. Sensível para o que a vida lhe fala. Sensível para as necessidades dos seus irmãos. Sua sensibilidade é um dom, nunca deve ser um fardo.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

-=- Sagrada Face na Tv Séc 21 !!! -=-

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Fala aê galerinha !! Nossa querida banda Sagrada Face ai mais uma vez !!
assistam hein !!